quinta-feira, 3 de maio de 2012

O QUE FAZ UM FRAQUEADOR INVIABILIZAR SEU EMPREENDIMENTO


O QUE FAZ UM FRAQUEADOR INVIABILIZAR SEU EMPREENDIMENTO

  • Falta de transparência do negócio
  • Ausência Plano de Negócio inicial com análise de viabilidade
  • Inexistência de planejamento e teste operacional
  • Imediatismo a curto prazo
  • Despreparo dos recursos humanos envolvidos
  • Insuficiência de capital/investimento

A seguir detalhamos os condicionantes de fracasso para melhor entendimento do leitor.

a) Falta de Transparência do Negócio

O novo empreendimento de franquia terá de ser transparente para todos os envolvidos no sistema. A troca de informações deve ser mais aprofundada entre o franqueador e seus franqueados, demonstrando a maior lisura no comportamento profissional e nada, a qualquer título, poderá ser escondido, através de uma agenda oculta. A quebra de confiança pode gerar problemas insolúveis perante a justiça do país, pois esta se encontra despreparada para resolver a contento assuntos de franquia. A introdução do Sistema de Franquia Formatada não só é novo no sistema jurídico, isto é, para os advogados como também este não é bem entendido pelo Sistema Judiciário Brasileiro.

Para que a situação jurídica esteja clara e transparente para outros, necessário se faz informar também os envolvidos, fornecedores, clientes, funcionários, sistema financeiro e até mesmo a concorrência. Essa atitude dá melhor credibilidade ao sistema como um todo e maior garantia às partes, reforçando a crença nesse novo tipo de negócio.

Qualquer tentativa de burlar a confiança entre os associados do sistema levará a atitudes desconfiadas e preconceituosas que não trazem nenhum benefício ao negócio. Consideramos que esse tipo de associação tem como base o espírito de equipe e a mútua colaboração, sob pena de inviabilizar ope- racionalmente o contrato. Qualquer atitude que demonstre prevalência de uma parte em relação à outra não se enquadra no espírito associativo recomendado.

b) Ausência de Análise de Viabilidade

Muitas vezes, o franqueado desejoso de comprar uma franquia deixa de analisar a viabilidade econômico-financeira desse novo negócio. Pressionado por suas necessidades psicológicas ou acreditando ter em suas mãos uma boa oportunidade de ter a sua independência financeira, projeta o seu sucesso, colocando nas mãos do franqueador toda a responsabilidade para atingir os seus objetivos.

Todo cuidado será pouco, pois essa análise de viabilidade do negócio não se baseia simplesmente na comprovação das receitas e despesas de um fluxo de caixa positivo, nem só no cálculo de retomo sobre o seu investimento, mas principalmente na continuidade do sucesso do seu franqueador se o conceito do negócio for Validado no futuro. É importante notar que o processo de validação em administração de empresas somente acontece quando todo o sistema operacional planejado for confrontado com a execução das atividades, checando o seu funcionamento.

Necessário se faz, portanto, analisar conjuntamente a viabilidade de expansão da rede de fraqueados, a sua velocidade de implantação, a estrutura e todos os recursos disponíveis do franqueador para assegurar o sucesso do empreendimento como um todo, e não só o seu pequeno negócio como se fosse o único ponto de venda a ser instalado. O exemplo típico de fracasso é escolher um produto que esteja no final do ciclo de vida útil, ou optar por um setor estagnado da economia ou ainda decidir-se por um negócio de baixa tecnologia ou pouca possibilidade de desenvolvimento no futuro.

c) Inexistência de Planejamento e Teste Operacional

É bastante comum que franqueadores comecem a agir comercialmente antes do tempo adequado à preparação para a entrada de um novo negócio, utilizando-se do sistema de franchising. Não recomendamos queimar a etapa de planejamento e de testes do Sistema, buscando implantá-lo de imediato na rede franqueada, sob pena de incorrer em altos custos para a readaptação do sistema à realidade do mercado.

No Brasil, é notória a ausência ou a pouca importância que se dá ao planejamento, tanto em nível estratégico quanto operacional. Antes de entrar nesse sistema, é necessário verificar se o franqueador organizou a sua estrutura adequadamente para iniciar-se em seu novo negócio de vendas de franquia. Se o franqueador tiver projetado o crescimento de sua organização, planejado estrategicamente o seu novo negócio e testado operacionalmente o sistema em suas unidades-piloto, sem dúvida haverá maior garantia de sucesso quando da implantação da rede de franqueados.

Isto não se observa na experiência prática do mercado brasileiro, o que dificulta o controle entre o previsto e o realizado. Busca-se integrar operacionalmente o novo empreendimento à estratégia de crescimento da organização do franqueador, e a ausência desses controles revela a falta de transparência do negócio e com isso aumenta os riscos de fracasso do empreendimento. Para tanto, o franqueador precisa manter um serviço de inteligência na empresa, constantemente voltado para o planejamento e uma equipe própria para fazer a implantação e os testes operacionais.

Esse comportamento não é esperado principalmente por parte do empresário nacional, pois, além de não estar acostumado com esse processo de planejamento, é imediatista. As previsões são de no máximo 30 dias. Na prática, esses empreendedores têm exaurido suas forças no afã de acertar uma grande “tacada” da sua vida com base no seu desempenho pessoal, acreditando que Deus seja brasileiro, muito embora o mercado em constante expansão mascare os seus erros.

d) Imediatismo a Curto Prazo

É comum no Brasil que os empresários pequenos e médios estejam mais preocupados com suas obrigações a curto prazo. Suas receitas e despesas mensais não só crescem ilusoriamente por causa da inflação inercial, como também são distorcidas pela insuficiência de métodos e procedimentos utilizados nas eventuais previsões e no controle das mesmas.

Na velocidade em que o mundo dos negócios se movimenta hoje, os empresários de qualquer tamanho econômico necessitam usar meios de comunicação rápidos e instrumentos de controle adequados. A utilização da informática e da Internet vai permitir acesso as informações de mercado e montar os cenários que se apresentam como melhor alternativa.

Mudanças bruscas de legislação e falta de planejamento a médio e longo prazo turvam a visão do empresário brasileiro e impedem uma projeção dos efeitos a longo prazo. Essa falta de visão, causada principalmente pela ansiedade comum aos nossos empreendedores, leva-os a desconhecer o seu futuro e a correr riscos não calculados. Enfim, torna-se extremamente necessário que o franque- ador informe os parâmetros e critérios que o levaram a investir na sua expansão, tornando transparente ao franqueado quais são as estratégias de comercialização a longo prazo.

e) Despreparo de Recursos Humanos 

O crescimento econômico do mercado brasileiro provocou escassez de recursos humanos suficientemente treinados para tarefas que continuamente estão a exigir mão-de-obra qualificada. Hoje, o consumidor pede um atendimento personalizado e cada vez mais sofisticado e, portanto, cobra do empresário desde um bom produto e/ou serviço até um cordial atendimento ao público e serviços que agregam valor aos produtos, uma vez que ele paga caro por isso.

A sociedade de consumo brasileira está no limiar do descobrimento de seus direitos de consumidor com a introdução do Código de Defesa do Consumidor. O empresário inteligente e atualizado dá todas as garantias sobre o seu produto, relativamente à assistência técnica, bem como procura atender aos desejos dos seus clientes.O lema satisfação garantida ou seu dinheiro de volta é hoje um realidade que não se pode ignorar. Portanto, os recursos humanos tanto do franqueador quanto do franqueado são a base para se iniciar o caminho do sucesso.

Por essa e outras razões, o treinamento no Sistema de Franquia é de importância vital para a manutenção da qualidade de seus negócios. A falta de recursos humanos na produção, administração, vendas e outras atividades de suporte devidamente treinados, inviabilizará a continuidade do novo negócio e ele será um natimorto.

f) Insuficiência de Capital/Investimento

Se o cálculo do ROI - Retorno sobre o Investimento - não estiver completo e calcado em um fluxo de caixa projetado, os custos de instalação trarão enormes surpresas, principalmente para o franqueado.

Baixas estimativas ou previsões incompletas irão inviabilizar a continuidade do empreendimento por falta de capital. Geralmente, o franqueado, por causa do seu entusiasmo natural com o sistema de franchising, deixa de prever custos extras, e rapidamente se vê em apuros por ausência da margem de segurança em seus investimentos iniciais. Ao esgotar a reserva de capital já na fase de investimento em ativo fixo, nada restará para o capital de giro operacional. Em se tratando de imóvel novo há que considerar os custos do terreno para a construção do prédio, além dos impostos e dificuldades burocráticas e negociais. Os custos de reforma e redecoração do ponto de venda existente dentro dos critérios, parâmetros e especificações do projeto arquitetônico padrão do franqueador são bastante altos, tendo em vista principalmente a necessidade de acompanhar a sofisticação do varejo a exemplo dos shopping centers. A necessidade de mudar a imagem visual do ponto antigo, para caracterizá-lo à imagem e semelhança dos pontos de venda do franqueador é imperativa para o sucesso do negócio, pois é a padronização arquitetônica que dá o caráter distintivo da identidade comercial almejada. Reformas são imprevisíveis no que tange às condições das instalações elétricas, hidráulicas e de ar condicionado. Portanto, os custos de instalação precisam ser rigorosamente elaborados pelo franqueador com base nos custos de sua unidade-piloto.

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